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Universidade de Bolonha busca ampliar parcerias com universidades paulistas
Oportunidades de apoio conjunto a projetos de pesquisas envolvendo cientistas italianos e brasileiros foram o tema central da visita do reitor da Universidade de Bolonha (Unibo), Francesco Ubertini, à FAPESP, em 11 de março.
Acompanhado por Roberto Bruno, adido científico da Embaixada da Itália em Brasília, Alessandra Scagliarini, pró-reitora de Relações Internacionais, e Fabio Fava, delegado para Pesquisa Industrial, Cooperação Territorial e Inovação da Unibo, Ubertini foi recebido pelo presidente da Fundação, José Goldemberg, e pelo vice-presidente Eduardo Moacyr Krieger.
Também fizeram parte da reunião Carlos Eduardo Lins da Silva, assessor da presidência, Bruna Cersózimo Arenque Musa, gerente de área da diretoria científica, e Marie Anne Van Sluys, coordenadora adjunta da diretoria científica da FAPESP, que expôs à delegação italiana um perfil do sistema de ciência e tecnologia do Estado de São Paulo.
Os mecanismos de financiamento a pesquisas da FAPESP, incluindo programas específicos mantidos pela Fundação, também fizeram parte da apresentação, com destaque aos acordos e pesquisas envolvendo instituições internacionais.
Em sua primeira visita a instituições de outros países como reitor, Ubertini disse que São Paulo ocupa um lugar estratégico para a expansão das pesquisas conjuntas da Unibo no exterior.
“Em outubro, reitores de diversas universidades latino-americanas estarão conosco na Universidade de São Paulo para a primeira edição fora da Itália da Magna Carta Università, evento que reúne diretores de diferentes universidades para discutir os princípios fundamentais e a vocação da universidade do futuro”, disse.
De acordo com Ubertini, a colaboração futura deverá envolver também empresas italianas com atuação em São Paulo. Para isso, algumas áreas serão definidas e deverão receber atenção também por meio da Fundação Cultural Ítalo-Brasileira (Fibra), cuja sede institucional está situada junto à sede histórica da Universidade de Bolonha, conhecida como Alma Mater Sudiorum.
“A Fibra é financiada por instituições públicas e privadas e busca contribuir para atender ao interesse crescente da sociedade italiana pelo Brasil, um país comprometido com a produção de conhecimento, o desenvolvimento e a justiça social”, disse.
Para Goldemberg, a produção de conhecimento fomentada pela Unibo precede a universidade, conhecida pela excelência de suas pesquisas. “É uma honra receber os representantes da Universidade de Bolonha, com quem certamente haverá muitas oportunidades de pesquisas em conjunto com as universidades paulistas”, disse.
Para isso, uma chamada conjunta de propostas de pesquisa será lançada em 2016, na esfera do acordo firmado em dezembro de 2014 entre a FAPESP e a Universidade de Bolonha.
Em São Paulo, além da FAPESP, a delegação italiana teve encontros com o reitor da USP, Marco Antonio Zago, e com representantes da Secretaria de Estado da Educação.
Sobre a Universidade de Bolonha
Com 928 anos de existência, a Universidade de Bolonha é considerada a mais antiga do Ocidente, tendo abrigado grandes personagens da história e da ciência. Na Idade Média, foi famosa em toda a Europa por suas escolas de Humanidades e Direito Civil, onde estudaram Dante Alighieri e Francesco Petrarca. O enorme prestígio da universidade em toda a Europa fez dela um destino para cientistas como Paracelso e Nicolau Copérnico, que ali iniciou suas observações astronômicas.
No século 18, com a Revolução Industrial, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia também foi promovido pela universidade, por onde passaram Luigi Galvani, Alessandro Volta, Benjamin Franklin e Henry Cavendish, considerados fundadores da ciência moderna.
Atualmente com cerca de 100 mil alunos em suas 23 escolas, a universidade possui campi em Imola, Ravenna, Forlì, Cesena e Rimini e um centro de filial em Buenos Aires, na Argentina. Oferece cursos de Artes, Direito, Medicina, Farmácia, Matemática, Engenharia, Agronomia, Medicina Veterinária, Arquitetura e Pedagogia. O semiólogo e escritor italiano Umberto Eco, recentemente falecido, foi o titular da cadeira de Semiótica na universidade.
Com centenas de acordos internacionais, a estrutura de pesquisa da Universidade de Bolonha conta com 33 departamentos, por meio dos quais promove, gerencia e mantém colaboração com universidades de diferentes partes do mundo, incluindo instituições do Brasil.