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FAPESP e Inra abrem chamada
Agência FAPESP - Representantes do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica (Inra), da França, estiveram na tarde de quarta-feira (28/5), na sede da FAPESP, para abertura de seleção pública de propostas no âmbito do acordo de cooperação técnica assinado em abril entre as instituições.
Estiveram presentes Marion Guillou, presidenta, e Pierre Stengel, François Houllier e Patrick Herpin, diretores científicos do Inra. A FAPESP esteve representada por Celso Lafer, presidente, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico.
O objetivo da chamada é selecionar e apoiar projetos de pesquisa cooperativos no campo das ciências agronômicas e das ciências da vida, que deverão ser desenvolvidos por meio do intercâmbio de pesquisadores e estudantes vinculados às unidades francesas de pesquisa do Inra e às instituições de ensino superior e de pesquisa paulistas.
A data-limite para submissão das propostas é 5 de agosto. Os resultados serão divulgados no dia 5 de dezembro e os projetos serão contratados a partir de 2 de fevereiro. Os projetos deverão criar conhecimento científico, formar competências e alianças estratégicas em temas como desenvolvimento sustentável, relação agricultura-meio ambiente-sociedade, bioenergia, química verde e economia rural.
"Essa cooperação nos interessa pelo fato de os dois países terem alto nível acadêmico nos três eixos temáticos do Inra: agricultura, alimentação e meio ambiente. Atualmente, os projetos científicos mundiais nessas áreas têm atingido níveis da maior amplitude e, por isso, necessitam de colaborações internacionais por meio de redes de pesquisadores", disse Marion Guillou à Agência FAPESP.
"Estamos na expectativa de conhecer as propostas apresentadas, principalmente nas áreas de maior interesse para os dois países, como biologia avançada do reino vegetal e agroenergia", apontou.
A chamada receberá propostas em duas modalidades. Podem participar da primeira pesquisadores, com título de doutor ou equivalente, de instituições públicas ou privadas do Estado de São Paulo. A segunda modalidade está aberta a pesquisadores responsáveis por Auxílios Regulares a Pesquisa, Projetos Temáticos, Apoio a Jovens Pesquisadores ou Centros de Pesquisa Inovação ou Difusão (Cepids), com financiamentos vigentes na FAPESP.
Para Celso Lafer, esse convênio mostra a necessidade crescente de internacionalização da FAPESP, que ocorre por meio das diversas parcerias com institutos de ensino e pesquisa de outros países. No caso do Inra, o que chama a atenção, segundo ele, é a grandiosidade do tema da pesquisa em agricultura como uma área estratégica para o Brasil.
"Pela extensão de suas áreas agriculturáveis, o Brasil tem vantagens competitivas que fazem com que sua presença internacional no setor do agronegócio seja, sem dúvida alguma, fruto do valor agregado de conhecimento adquirido pelas universidades do país", destacou.
"Por sabermos que o Inra é um dos principais institutos de pesquisa em agricultura da França, o acordo de cooperação nos permitirá apoiar estudos em áreas da fronteira do conhecimento, que a FAPESP já tem apoiado e que poderão abrir novas oportunidades de negócio para os dois países, sobretudo as biotecnologias e a aplicação da nanotecnologia para a transformação da agricultura mundial", afirmou.
Para as propostas da primeira modalidade, que poderão prever projetos de Auxílio à Pesquisa com duração de até dois anos, a FAPESP destinará até 300 mil euros para o apoio à parte paulista do custeio de projetos de pesquisa, o que inclui as despesas com mobilidade de pesquisadores e estudantes.
O Inra reservará quantia idêntica para a parte francesa. Já para as propostas na segunda modalidade, cujas missões de intercâmbio deverão ocorrer durante a vigência dos projetos a que se vincularem, serão destinados até 100 mil euros por instituição. Espera-se que os resultados dos projetos gerem publicações de artigos científicos e propriedade intelectual e também apresentem potencial de aplicação no mercado.
"O mais importante dessa aproximação entre a FAPESP e o Inra é a própria chamada de propostas que acaba de ser publicada. Existe uma longa história de relacionamento científico entre os pesquisadores paulistas e os do Inra e essa chamada é mais uma oportunidade de incentivo à colaboração entre profissionais dos dois países em projetos inovadores", disse Brito Cruz.
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