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México e Brasil mais próximos
Agência FAPESP – A FAPESP e o Instituto de Inovação e Transferência de Tecnologia (I²T²) do estado de Nuevo León, no México, firmaram nesta quarta-feira (29/10), na sede da Fundação, em São Paulo, um acordo de cooperação científica entre as duas instituições.
O documento foi assinado pelo presidente da FAPESP, Celso Lafer, e pelo diretor-geral do I²T², Jaime Parada. Participaram também da cerimônia o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, o diretor administrativo Joaquim José de Camargo Engler, o conselheiro da Fundação Eduardo Moacyr Krieger, o governador de Nuevo León, José Natividad González Parás, e o cônsul geral do México em São Paulo, Salvador Jesus Arriola y Darreneche.
Altamente industrializado, Nuevo León tem um índice de desenvolvimento humano maior do que o de qualquer país da América Latina. A capital, Monterrey, é uma das maiores cidades do país, com 4 milhões de habitantes e sedia diversas empresas de grande porte.
O acordo tem o objetivo de desenvolver ações que resultem em projetos conjuntos de alto nível científico em todas as áreas do conhecimento. A cooperação deverá consistir na promoção de parcerias de pesquisa entre cientistas e engenheiros de Nuevo León e São Paulo e o intercâmbio de pesquisadores e estudantes de nível profissional e de pós-graduação.
O texto prevê também a realização de visitas de intercâmbio científico, oficinas e seminários bilaterais em ambos os países, além da troca de conhecimento em práticas de administração de parques científicos e tecnológicos e no registro e licenciamento de patentes em instituições acadêmicas e sua transferência para o mercado.
O possível funcionamento das parcerias também é indicado pelo documento. As propostas serão apresentadas pelos pesquisadores de cada país às suas respectivas organizações. Cada uma delas analisará as propostas segundo seus próprios critérios e normas e, depois da validação de cada uma delas, FAPESP e I²T² decidirão conjuntamente os projetos que serão apoiados.
Segundo Lafer, o acordo tem um significado especial por envolver dois dos países mais importantes na América Latina. “Esse acordo dá seqüência às diversas ações da FAPESP no sentido de estimular a internacionalização e a formação de redes internacionais de cooperação científica. Tenho certeza de que ele trará densidade às atividades colaborativas entre pesquisadores dos dois países”, disse.
Parás destacou que o acordo terá um papel estratégico na aproximação entre México e Brasil, países que, juntos, possuem dois terços do Produto Interno Bruto da América Latina. “O ato de aproximar as duas nações e vincular suas economias passa, necessariamente, pela academia e pela incorporação da cultura do conhecimento. A formação de capital humano e o aprimoramento da competitividade são aspectos fundamentais para isso. O acordo fortalecerá a interação dos dois países nesse sentido”, disse.
Segundo o governador, o acordo é apenas o início de um processo de aproximação mais amplo e profundo. “Temos encontrado no campo do conhecimento a melhor forma de nos aproximar das regiões vizinhas. Por isso, acreditamos que o acordo é altamente promissor”, afirmou.
Brito Cruz destacou que o estreitamento das relações internacionais faz parte da vocação da FAPESP. “Temos assinado uma série de acordos internacionais com diversos países, mas, paradoxalmente, ainda temos poucos laços com nações latino-americanas. Uma conjunção muito singular de interesses e capacidades comuns nos permitiu esse acordo com um estado mexicano que tem uma extraordinária capacidade científica e tecnológica”, afirmou.
Parada lembrou que a FAPESP e o I²T² têm objetivos semelhantes e que um dos pontos fortes do acordo será o intercâmbio mútuo de melhores práticas em fomento à pesquisa, transferência de tecnologia e registro de patentes.
“Uma prova desse paralelismo é que estamos implantando em Nuevo León, a exemplo da FAPESP, um sistema de repasse de uma porcentagem do orçamento do estado diretamente para o instituto. A decisão visionária, tomada pelo governo paulista na década de 1960 foi uma dessas boas práticas que, atualmente, nos colocam em uma rota paralela”, afirmou.
- Para ler o texto do convênio entre a FAPESP e o Instituto de Inovação e Transferência de Tecnologia, clique aqui