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FAPESP recebe royalties por patente
Um cheque de R$ 4.150,45 é o primeiro resultado em royalties de uma patente financiada pela FAPESP. A entrega do cheque foi realizada pelo físico Vladimir Jesus Trava Airoldi aos diretores da Fundação, José Fernando Perez e Joaquim de Camargo Engler.
Airoldi é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) e fundador da Clorovale Diamantes, de São José dos Campos, empresa que desenvolveu e está produzindo brocas odontológicas com ponta de diamante artificial.
Esses instrumentos, quando acoplados a um aparelho de ultra-som, são utilizados em tratamentos dentários que provocam menos dor e barulho. Lançadas há três meses, as brocas já foram vendidas para cerca de 350 dentistas que participaram de cursos de um dia e renderam um faturamento
para a empresa de R$ 117 mil.
Os R$ 4.150,45, resultado de 4% do faturamento menos os impostos, vão ser divididos em três, uma parte para a FAPESP, outra para os três inventores (Vladimir, Evaldo José Corat e João Roberto Moro) e a terceira para o Inpe.
"Esse repasse de royalties é um indicador de sucesso do Núcleo de Patenteamento e Licenciamento de Tecnologia (Nuplitec) da Fapesp", disse Perez. "Esses royalties demonstram a viabilidade do processo de financiamento das patentes", afirmou Edgar Dutra Zanotto, coordenador do Nuplitec.
Atualmente, o núcleo possui 61 patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), 8 em análise, e 14 denegadas. Muitas delas são oriundas de pesquisas feitas nas universidades ou em empresas financiadas pelo Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE), como é o caso da Clorovale, que recebeu R$ 135 mil e US$ 76 mil.
"O PIPE possibilitou o desenvolvimento dos protótipos das brocas", explicou Airoldi. O diamante sintético usado nas brocas foi desenvolvido no Inpe e utilizado para a produção de um tubo que está em testes na Nasa, para servir a uma futura nave exploradora do solo de Marte.
A Cloravale foi fundada em 1997, e a trajetória da empresa foi mostrada em reportagens nas edições 52, 78 e 83 de Pesquisa FAPESP . São sete sócios e quatro funcionários. Airoldi espera conquistar grande parte do mercado, de 140 mil dentistas no Brasil, 250 mil na América Latina e 2 milhões no resto do mundo.
Confiando na eficiência e no ineditismo da broca, ele prevê um faturamento de R$ 28 milhões em dois anos. Isso deverá gerar R$ 993 mil em royalties para a FAPESP, dinheiro que será reinvestido em novos projetos de pesquisa.
Da revista PESQUISA FAPESP