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Treinamento no apoio a pesquisadores
A FAPESP implantou um programa piloto de treinamento para as equipes dos Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIP), atendendo à demanda da comunidade científica.
De acordo com o diretor administrativo da FAPESP, Joaquim José de Camargo Engler, a iniciativa teve início em outubro de 2010 com a elaboração do programa e preparo da equipe e do material audiovisual. O treinamento já foi oferecido a cinco unidades da Universidade de São Paulo (USP). O objetivo é estender a iniciativa gradualmente a outras unidades da USP, a outras universidades e às instituições de pesquisa no Estado de São Paulo.
A FAPESP mantém há anos pontos de apoio distribuídos por diversas universidades e instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo. Os pontos de apoio atuam como facilitadores no envio de documentação à FAPESP, além de orientar bolsistas e pesquisadores nos procedimentos envolvendo a Fundação.
“Mas essa ação precisava ser ampliada e, em conjunto com a Diretoria Científica da FAPESP, a Diretoria Administrativa começou a procurar caminhos para melhorar esse apoio. Assim, surgiu a ideia de criar um programa de treinamento para as equipes que as próprias instituições de pesquisa vêm constituindo para dar apoio ao pesquisador”, disse Engler.
Segundo ele, a FAPESP tem estimulado as universidades paulistas a multiplicar suas seções técnicas de apoio institucional ao pesquisador, que visam poupar os cientistas da pesada carga de trabalho exigida para a gestão e administração de projetos de pesquisa, de forma que eles possam se dedicar mais à pesquisa e à orientação de alunos. A USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) já contam com escritórios de apoio institucional.
“Percebemos a importância de treinar o pessoal que atua nessas seções técnicas. A USP, por meio de sua Pró-Reitoria de Pesquisa, apresentou o programa piloto para o treinamento com o pessoal de seis unidades que têm escritórios de apoio em funcionamento”, contou Engler.
Já foram realizados treinamentos com pessoal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Escola Politécnica (EP), do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) de São Carlos e do primeiro grupo da Unesp.
“Os principais gargalos que os pesquisadores encontram em sua atividade científica estão ligados principalmente à elaboração das propostas, ao seu acompanhamento administrativo e ao processo de prestação de contas, para o qual geralmente não estão preparados. Entendemos que não é justo que os cientistas utilizem, nessas atividades de gestão, o tempo que poderia ser investido no desenvolvimento de pesquisas”, afirmou.
O treinamento é realizado na sede da FAPESP, por uma equipe coordenada pela Gerência de Apoio, Informação e Comunicação (Gaic) e pela Gerência Financeira da FAPESP, com o envolvimento de vários setores da Fundação. A demanda partiu da própria comunidade científica.
“Percebemos que havia uma demanda generalizada. O pró-reitor de Pesquisa da USP, Marco Antonio Zago, particularmente insistiu nesse sentido. A iniciativa é boa para os dois lados. A FAPESP também ganha no sentido de que o pessoal treinado apresenta propostas com mais qualidade e evita que haja retrabalho nos processos”, disse.
Prestação de contas
Os escritórios de apoio institucional começaram a ser implantados na USP há cerca de um ano. Segundo Zago, inicialmente se pensou em criar uma seção técnica para atender a todas as unidades. Mas, devido à heterogeneidade das unidades, foi decidido que os escritórios seriam descentralizados.
“A iniciativa é fundamental para diminuir a carga burocrática e deixar que os pesquisadores façam aquilo que sabem fazer melhor: ciência. Os escritórios se encarregam da gestão dos projetos, das compras, do encaminhamento de documentos e – o mais importante – da prestação de contas”, disse à Agência FAPESP.
Segundo Zago, assim que os escritórios começaram a funcionar, ficou claro que seria útil fornecer aos seus profissionais um treinamento adequado. “Insistimos com a FAPESP sobre a necessidade desse treinamento, a fim de aperfeiçoar as atividades dos escritórios de apoio. Considero que esse funcionamento é fundamental”, afirmou.
De acordo com Márcia Regina Napoli, gerente da Gaic, além das cinco unidades da USP e de um grupo da Unesp já envolvidos com o treinamento, houve contatos de escritórios da Unesp para novos grupos, do Instituto Butantan e da Faculdade de Medicina da USP, solicitando a participação no programa.
“Os treinamentos duram quatro dias, com uma programação bastante intensa. Na segunda-feira, os grupos se apresentam na sede da FAPESP e o treinamento vai das 14 horas às 17 horas. Em seguida, entre terça-feira e quinta-feira, a carga horária é completa, das 8 horas às 17horas, com pausa apenas para o almoço”, disse.
A fim de facilitar a solução de possíveis dúvidas deixadas pelo treinamento de quatro dias, foi aberto um canal no serviço Converse com a FAPESP, com o link “Centro de apoio”.
A FAPESP oferece o treinamento para grupos de até seis pessoas por vez. “Achamos que a participação de um número maior de pessoas é contraproducente, acarretando perda de qualidade. Com um grupo pequeno garantimos uma interação muito intensa e o resultado é melhor”, disse Napoli.
A tendência é que as universidades comecem a formar cada vez mais o pessoal especializado no apoio institucional aos pesquisadores. O treinamento oferecido pela FAPESP, segundo a gerente da Gaic, é importante para que o trabalho do pessoal de apoio fique “afinado” com os procedimentos da Fundação.
“Ainda não tivemos uma avaliação dos resultados do treinamento, porque o vencimento de prestação de contas dos projetos é bem variado. Mas o retorno demonstrado no próprio treinamento tem sido excelente. Os participantes levantam inúmeros questionamentos sobre as diferenças entre os procedimentos adotados normalmente pela universidade e aqueles exigidos pela FAPESP”, afirmou.
Os escritórios, segundo Napoli, facilitam muito a vida do cientista. “Os escritórios recebem do pesquisador o termo de outorga e eles se responsabilizam pelas compras e tudo mais. O pesquisador muitas vezes só passa lá para assinar cheques. Depois, os escritórios montam a prestação de contas nos moldes da FAPESP, o pesquisador a assina, encaminha à FAPESP e vai cuidar de sua pesquisa”, afirmou.
Cadastro pelo Agilis
Com a criação dos Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador, a FAPESP espera diminuir o número de ocorrências que podem prejudicar o bom andamento dos projetos de pesquisa. Muitas vezes o não cumprimento das datas estabelecidas para pendências e relatórios implica em bloqueio de recursos, levando a um desgaste que poderia ser evitado.
Com os EAIPs assumindo a parte administrativa e se encarregando da gestão dos processos, das compras, da organização de documentos e da prestação de contas, a FAPESP ganha na qualidade dos documentos apresentados, evitando retrabalho, e os pesquisadores ganham mais tempo para se dedicar à pesquisa.
Com o objetivo de tornar essas ações mais efetivas, a FAPESP disponibilizará a partir do dia 18 de maio de 2011, dentro do Agilis (https://agilis.fapesp.br/), nova funcionalidade que permitirá ao pesquisador indicar um usuário de apoio, devendo este se cadastrar no sistema.
Informações sobre o cadastramento e a nova funcionalidade do Agilis estão descritas nos manuais disponíveis: fapesp.br/1416 .
Informações sobre agendamento de grupos para o treinamento, entrar em contato com: vieira@fapesp.br e regina@fapesp.br.