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FAPESP lança nova edição de seus Indicadores

FAPESP lança nova edição de seus <i>Indicadores</i> Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo 2010 destaca atuação do estado no desenvolvimento do setor no país

A FAPESP lançou os Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo 2010, nova edição de sua série iniciada em 2002. A publicação está disponível para leitura e consulta no site da Fundação.

“A série Indicadores da FAPESP constitui instrumento de grande valia para formular e avaliar as políticas públicas relativas à ciência e à pesquisa tecnológica”, diz Celso Lafer, presidente da Fundação.

A publicação teve coordenação geral de Ricardo Renzo Brentani, diretor-presidente da FAPESP, e de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico. A coordenação executiva ficou a cargo dos pesquisadores Wilson Suzigan, João Furtado e Renato de Castro Garcia.

Dezenas de pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa do Estado de São Paulo e de outros estados participaram da produção e coordenação dos capítulos.

Dividido em dois volumes, os Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo 2010 montam, em 12 capítulos, um panorama abrangente do ensino, da pesquisa, da produção científica, da inovação tecnológica e de suas aplicações no Estado de São Paulo, comparando, sempre que possível, os dados paulistas com os do Brasil e de outros países. Os capítulos contam com anexos que reúnem tabelas e descrições das metodologias utilizadas na reunião de dados e em sua análise.

O capítulo 1 apresenta uma síntese da situação da educação básica no Brasil e no Estado de São Paulo, focalizando o ensino fundamental e médio, discutindo e analisando questões e tendências da área.

“Considerando os aspectos abordados, dois pontos ficaram evidenciados a partir do tratamento dos dados: o amplo alcance das políticas implementadas na área de educação, com a inclusão das camadas mais pobres da população no sistema escolar no Brasil e no Estado de São Paulo; e a persistência de baixos resultados de aprendizagem, constatados pelas avaliações de desempenho dos alunos”, destacaram os autores.

Perfil do ensino superior: graduação acadêmica, graduação tecnológica e pós-graduação é o segundo capítulo, que apresenta um diagnóstico da situação do ensino superior paulista no período entre 2003 e 2006.

O capítulo destaca a “crescente predominância do setor privado sobre o público em termos de oferta, que é, em São Paulo, muito maior do que no Brasil”. O percentual de matrículas no ensino público caiu, em São Paulo, de 14,7 % em 2003 para 13,4% em 2006, tendo sido, em 1999, de 15,4%.

Segundo os autores, no período analisado pela publicação, o setor privado apresentou-se “muito mais diversificado, incluindo universidades, centros universitários, faculdades integradas e estabelecimentos isolados, ao passo que o setor público se concentrou em universidades”.

Outra conclusão do capítulo é a expansão do sistema de ensino superior, uma vez que, “independentemente da qualidade do ensino ministrado, todas as instituições públicas e privadas oferecem os mesmos tipos de diploma. A desigualdade da oferta e do desempenho do sistema é ocultada pela igualdade formal da titulação concedida”.

São Paulo e Brasil

“O terceiro capítulo traz dados e análises sobre os dispêndios paulistas em pesquisa e desenvolvimento (P&D), de todas as suas possíveis fontes, públicas (federais e estaduais) e privadas. Além disso, em uma útil perspectiva de comparação, traz informações sobre o panorama nacional e internacional”, afirma Lafer.

O objetivo do terceiro capítulo foi determinar a evolução e a composição, em termos de fontes de recursos, dos dispêndios em P&D realizados de 1995 a 2008 no Estado de São Paulo.

“Com esses dados, faz-se uma análise sobre as tendências verificadas e sobre as similaridades e contrastes entre os dispêndios em P&D no Estado de São Paulo e no Brasil. Realizam-se também, como é praxe neste tipo de análise, comparações internacionais, que ajudam a situar alguns dos desafios para o sistema paulista de P&D”, disseram os autores, que acreditam ser essa a série mais longa de dispêndios de P&D já elaborada no Brasil.

Entre os resultados obtidos, está que o dispêndio total em P&D em São Paulo chegou a R$ 15,5 bilhões em 2008, o que correspondeu a 1,52% do PIB estadual.

“Calculado com a mesma metodologia, o dispêndio nacional em P&D chegou a R$ 34,2 bilhões em 2008, com intensidade de 1,14% do PIB. Em ambos os casos, a tendência nos últimos dois anos foi de crescimento. Mesmo com crescimento, parece pouco provável que o dispêndio nacional em P&D tenha atingido a meta (modesta, em comparação com os países da OCDE que estão já em 2,26% do PIB) estabelecida pelo MCT [Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação] no Plano de Ação da Ciência 2007-2010, de 1,5% do PIB em 2010”, apontaram os autores.

Em São Paulo, o dispêndio privado em P&D, somando-se o dispêndio de empresas e de instituições de ensino superior privadas, atingiu 63% do total em 2008. No Brasil, os dispêndios privados em P&D chegaram a 49% do dispêndio total.

Outro destaque é que, no Estado de São Paulo, “o dispêndio público em P&D em 2008 correspondeu a 37% do dispêndio total (ou 0,57% do PIB estadual), sendo 13% a parte do dispêndio federal em P&D e 24% a parte do dispêndio estadual. No Brasil, o dispêndio público alcançou 51% do total (0,58% do PIB), sendo a parcela federal de 36% e a estadual 15%”.

Os demais capítulos dos Indicadores lidam com o que se pode chamar de “produtos” da ciência e da pesquisa tecnológica no Estado de São Paulo atual, descreve o presidente da FAPESP.

“Começa com a análise da produção científica a partir de publicações em periódicos especializados, também com a abordagem de comparação com a produção no Brasil e no mundo e ênfase na colaboração científica internacional e nacional, mais e mais prioritária com o processo de globalização que ocorre”, diz.

Atividade de patenteamento no Brasil e no exterior, Balanço de pagamentos tecnológico: uma perspectiva renovada, Inovação tecnológica no setor empresarial paulista: uma análise com base nos resultados da Pintec, Dimensão regional dos esforços de ciência, tecnologia e inovação no Estado de São Paulo, Indicadores de difusão e caracterização das atividades de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no Estado de São Paulo, CT&I e o setor agrícola no Estado de São Paulo, Indicadores de CT&I em Saúde no Estado de São Paulo e Percepção pública da ciência e da tecnologia no Estado de São Paulo são os temas dos demais capítulos.

Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo 2010: www.fapesp.br/indicadores2010.


Página atualizada em 24/08/2011 - Publicada em 24/08/2011