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Embaixador da União Europeia no Brasil visita a FAPESP
Embaixador da União Europeia no Brasil, o português João Gomes Cravinho reuniu-se com representantes da Fundação para dialogar sobre perspectivas de atuação conjunta no fomento à pesquisa científica colaborativa entre o Estado de São Paulo e a Europa.
A visita ocorreu no dia 17 de agosto de 2015, na sede da FAPESP, quando Cravinho foi recebido por Celso Lafer, presidente da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico, e Marilda Bottesi, assessora especial para Colaboração Científica.
Foi a primeira reunião de Cravinho fora da embaixada em Brasília. Recém-chegado ao Brasil, ele assumiu o posto em 1º de agosto e representará o bloco dos países europeus pelos próximos quatro anos. A visita foi considerada pelo novo embaixador um passo importante para o aprimoramento nas relações da União Europeia com instituições do Estado de São Paulo.
“Nossa embaixada tem responsabilidades em questões de caráter profissional, político, ambiental, nas relações comerciais e, claro, também no âmbito da ciência e da tecnologia. Não apenas em ações imediatas, mas também no planejamento de longo prazo, com os projetos que queremos ter em andamento por várias décadas”, disse.
Para estreitar a relação de instituições europeias com as de São Paulo, Cravinho disse pretender colocar o debate sobre ciência e tecnologia na linha de frente dos assuntos de sua gestão.
“O Estado de São Paulo tem importância em termos de volume e de liderança, visto que a pesquisa realizada aqui representa cerca de metade do total produzido pelo Brasil. Isso se configura em um motor fundamental para o país, e a FAPESP, uma agência com papel de primeira ordem nessa produção científica, pode ser nossa interlocutora”, frisou.
Durante a visita do embaixador, foram apresentados aspectos que caracterizam as ações da FAPESP, sobretudo no que diz respeito ao apoio e ao financiamento à pesquisa conjunta.
De acordo com Lafer, é importante adensar a cooperação em pesquisa com a comunidade europeia. “A FAPESP aprecia a visão que a Comissão Europeia tem da Fundação e da pesquisa que se realiza no Estado de São Paulo. O que fizemos até o momento é bastante positivo, mas certamente será ainda melhor daqui para frente, sobretudo após a concretização de um acordo de cooperação para pesquisa conjunta”, afirmou.
Desde março, quando representantes da União Europeia assinaram na sede da Fundação uma carta de intenção voltada a apoiar pesquisas realizadas em parceria por pesquisadores de instituições em São Paulo e nos estados-membros da união, FAPESP e União Europeia avançaram em tratativas para a formalização, em breve, de um acordo de cooperação no âmbito do Horizonte 2020, maior programa de apoio à pesquisa e à inovação da Europa.
Em vigor desde 2007, o Horizonte 2020 é estruturado em três pilares: excelência científica, liderança industrial e enfrentamento dos desafios sociais. O programa tem orçamento de € 80 bilhões para pesquisas até 2020, além de investimentos da iniciativa privada, e seus recursos estão abertos à comunidade científica internacional.
Entre os objetivos do programa estão a garantia de uma produção científica com impacto global, a remoção de barreiras para a inovação e a facilitação da interação entre os setores público e privado.
Durante a visita do embaixador foram debatidos aspectos como a necessidade de aproximação entre pesquisadores brasileiros e europeus e os benefícios mútuos que essa cooperação poderá trazer ao conhecimento acumulado nos dois lados do Atlântico. Para ele, União Europeia e Brasil compartilham diversos pontos comuns em ciência e tecnologia.
Ex-secretário de Estado de Portugal dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Cravinho, antes de vir ao Brasil, foi chefe de delegação da União Europeia na Índia, onde estava desde 2011.