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Tema de Nobel de Química e Medicina, biofísica molecular atrai 130 alunos do Brasil e exterior para evento na USP
São Paulo, 11 de outubro de 2017 - Mais de 130 jovens brasileiros de 8 Estados e 24 países vão passar duas semanas discutindo biofísica molecular, tema que já rendeu no ano passado um prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. Neste ano, o assunto também levou o Nobel de Química. São alunos de pós-graduação e jovens pesquisadores de áreas como Física, Biologia, Química, Biomedicina, Bioquímica, Neurociência e Biocomputação. Ao todo, serão 133 estudantes.
Os temas vão ser discutidos durante o curso São Paulo Advanced School of Science on Biophysical Methods to Study Biomolecular Interactions, que acontece entre os dias 16 e 27 de outubro no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).
Serão dez dias mergulhados em questões que tratam de temas como criomicroscopia, que rendeu o Nobel de Química neste ano. Trata-se de uma técnica bastante nova que vem sendo usada na determinação da estrutura de proteínas de membrana, por exemplo.
“A aplicação prática disso é melhorar o conhecimento de estrutura e função de biomoléculas inseridas em membranas biológicas sem a necessidade de cristalização, muitas vezes difícil e não factível. O melhor entendimento da relação estrutura versus função tem potencial impacto na área de saúde e de prevenção. Então, quem sabe, podemos ter no curso um eventual candidato a uma grande descoberta e a um prêmio Nobel no futuro”, disse a professora Rosangela Itri, coordenadora do curso.
O curso recebeu mais de 300 pedidos de inscrição, o que surpreendeu os organizadores. Com a procura, o número de vagas oferecidas (50 para o Brasil e 50 para o exterior) teve que ser ampliado. Os estudantes selecionados estão desenvolvendo projetos de pós-graduação ou são pós-doutores em áreas relacionadas à biofísica.
São alunos trabalhando com aplicações de técnicas de espalhamento, ressonância paramagnética eletrônica e nuclear magnética no estudo da conformação de proteínas e interação de proteínas, peptídeos e fármacos com membranas celulares, por exemplo. Eles fazem parte de universidades do Brasil e do Canadá, EUA, Cuba, México, Colômbia, Peru, Uruguai, Argentina, Chile, Austrália, África do Sul, Índia, Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Armênia, Bulgária, Hungria, Escócia e Inglaterra.
Durante o curso, eles terão estágios experimentais, aulas práticas, ministradas em laboratórios do IF e também do Instituto de Química da USP, e aulas teóricas. “Um fator importante na pesquisa é a troca de conhecimento, razão pela qual estão previstos vários momentos em que os participantes vão interagir entre si e com os palestrantes de renome na área”, apontou Rosangela Itri.
Entre os palestrantes internacionais, os alunos poderão ouvir, por exemplo, Angela Gronenborn, da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que estuda o vírus HIV.
Há outros palestrantes, como Yaakov Levy, do Instituto Weizmann de Ciência (Israel), Manuel Pietro, da Universidade de Lisboa (Portugal), Anthony Watts e Christina Redfield (Universidade de Oxford, Reino Unido), Bonnie Wallace e Robert Janes (Universidade de Londres, Reino Unido), Jose Maria Caraso (Centro Nacional de Biotecnologia, Espanha) e Nuno Santos (Universidade de Lisboa, Portugal).
No grupo de palestrantes brasileiros estão, além da professora Rosangela Itri, José Luiz Lopes, Leandro R.S. Barbosa e Kaline Coutinho, do IF-USP. Do Instituto de Química da USP participa o professor Roberto Salinas e, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, Antonio Jose da Costa Filho. Também integram a programação Eneida de Paula e Lígia Nunes de Morais Ribeiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O curso é apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) e tem o objetivo de propiciar aos alunos conhecimento sobre técnicas biofísicas usadas para estudar interações biomoleculares.
Desde 2010, a Fundação já contabiliza apoio a cerca de 60 eventos nessa modalidade. Além da realização do evento, a Fundação apoia os estudantes, que tem os custos de participação no curso, como com transporte e hospedagem, pagos pela Fundação.
Mais informações: http://espca.fapesp.br/inicial/
Gerência de Comunicação da FAPESP / Assessoria de Comunicação
Assessoria de Comunicação do Instituto de Física/USP