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Workshop debate a gestão da fauna silvestre brasileira
São Paulo, 21 de novembro de 2017 - Terminado o Workshop sobre Pesquisa Aplicada à Gestão da Fauna Silvestre, evento do Programa BIOTA-FAPESP que ocorrerá no próximo dia 23, organizadores esperam ter avançado na discussão sobre o tema, a ponto de fazer a opinião pública e pesquisadores entenderem um pouco melhor que a diversidade de categorias da fauna brasileira vai muito além de espécies ameaçadas de extinção.
Esse entendimento terá de admitir que a gestão dos problemas da área deverá considerar também a existência de pelo menos outros três subgrupos da fauna, como as chamadas espécies econômicas, que tecnicamente podem ser exploradas como recursos naturais, aquelas conflituosas, por causarem problemas de saúde pública e à agricultura, por exemplo, e aquelas que não pertencem a nenhum desses grupos.
Por fim, a missão do evento será enfatizar o papel de relevância que pesquisas científicas têm no aprimoramento das políticas brasileiras de gestão da fauna silvestre brasileira, como a Política Nacional da Fauna, em debate no Congresso Nacional.
“No Brasil, a gente tem a sensação de que qualquer tema ligado à fauna implica necessariamente sua conservação, como se todas as espécies fossem ameaçadas de extinção. Então, a ideia que se passa para a população, possivelmente pela falta de uma estruturação institucional clara, é de que toda a fauna silvestre precisa de proteção. Na verdade, nós temos uma diversidade de problemas para lidar”, disse o professor Luciano Martins Verdade, membro da coordenação do Programa BIOTA-FAPESP.
“Nas espécies econômicas, primeiro é preciso reconhecer que seu uso, do ponto de vista técnico, é uma opção de gestão, desde que ele seja biologicamente sustentável. Em relação às espécies ameaçadas, precisamos encontrar as causas da ameaça. Isso é feito com pesquisa. A partir daí, é que se estruturam as ações que vão ser feitas no nível de gestão para assegurar a detecção precoce de problemas ambientais e uma solução ou mitigação rápida e eficiente”, explicou o professor.
O debate contará com a participação de palestrantes da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Instituto de Biociências e Centro de Energia Nuclear na Agricultura, ambos da USP, Unesp e Uerj.
O evento ocorre no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP, cujo objetivo é catalogar e caracterizar a biodiversidade do Estado de São Paulo e definir mecanismos para a sua conservação e restauração, além de avaliar seu potencial econômico e estimular seu uso sustentável.
Desde 1999, quando foi criado, o programa já contou com mais de 2,2 mil trabalhos publicados. No total, mais de 350 alunos de iniciação científica foram treinados, além de terem sido formados 358 mestres e 288 doutores e produzidas e armazenadas informações de cerca de 25 mil espécies. Somente no ano passado, a FAPESP desembolsou R$ 10,3 milhões para 54 projetos em andamento.
WORKSHOP SOBRE PESQUISA APLICADA À GESTÃO DA FAUNA SILVESTRE
Quando: 23 de novembro de 2017 - 8h30 às 17h
Onde: rua Pio XI, 1. 500 – Alto da Lapa - sede da FAPESP
Palestrantes:
Carlos Joly (Coordenador Programa BIOTA-FAPESP)
Pesquisa aplicada à gestão da biodiversidade
Cláudia Schalmann (Cetesb)
Licenciamento ligado à fauna silvestre no Estado de São Paulo
Walfrido Tomas (Embrapa/CPAP)
Gestão da fauna silvestre no Brasil
Márcio Roberto C. Martins (USP/IB)
Gestão de espécies ameaçadas
Mauro Galetti (UNESP/RC)
Defaunação e implicações para o estoque de carbono em florestas tropicais
Virgínia Santiago (Embrapa Suínos e Aves)
Gestão de espécies exóticas invasoras: o caso dos javalis
Helena Bergallo (UERJ)
Turismo e fauna silvestre
Luciano M. Verdade (USP/CENA)
O papel do monitoramento na gestão da fauna silvestre
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