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Ciclo ILP-FAPESP discute blockchain e segurança de dados
“Blockchain e segurança de dados” é o tema do próximo Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação. Resultado de uma parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, o evento acontecerá no próximo dia 4, das 15h às 17h, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e contará com a participação de quatro palestrantes.
Criado em 2008 para dar suporte ao comércio de criptomoedas, o blockchain hoje é usado em várias aplicações. A aplicação permite conhecer a ordem dos eventos e dá validade às transações que ocorrem no ambiente digital. Rastreabilidade, segurança e imutabilidade dos dados são aspectos centrais dessa ferramenta, cujo funcionamento ainda é pouco conhecido.
Numa definição genérica, a tecnologia é composta de módulos que servem para ordenar eventos em um sistema totalmente descentralizado e que prescinde de um servidor central confiável. “Os módulos que compõem a tecnologia de blockchain, quando combinados, têm o objetivo de implementar uma Autoridade de Carimbo de Tempo”, diz o pesquisador Marcos Antonio Simplicio Junior, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). O carimbo serve como evidência de que uma ação digital ocorreu numa determinada data e hora no passado. Simplicio explica que nem sempre todos os módulos são necessários para que se tenha um blockchain.
A tecnologia ganhou certa notoriedade a partir da popularização do bitcoin, a moeda virtual gerada por sistemas computacionais de forma descentralizada e criptografada, com o objetivo de garantir a segurança das transações. No mercado de bitcoin, não existe um banco intermediando ou controlando as operações. Mas além das redes utilizadas no comércio de criptomoedas, também existem outras possibilidades de aplicação.
“O blockchain vem sendo testado em aplicações inovadoras que vão desde o uso em redes hospitalares até o governo digital”, diz Percival Lucena, pesquisador do IBM Research Lab Brasil. “Redes de blockchain permitem criar elos de confiança entre os participantes de uma cadeia de produção”, diz. Ele aposta na integração e no compartilhamento de informações tanto no mercado nacional quanto em nível global. “Essa tecnologia permitirá a eliminação de vários intermediários ao conectar compradores e fornecedores de produtos e serviços”, prevê.
José Carlos Damico, CEO e fundador da do grupo SciCrop, que atua no mercado agrícola, concorda que as técnicas de blockchain podem garantir a segurança das transações e ao mesmo tempo diminuir os intermediários. “O mercado agrícola carece de um sistema distribuído de registros, bem como uma melhor integração das plataformas existentes, que são fragmentadas e segmentadas, o que aumenta o custo das transações”, diz. Segundo Damico, é necessária uma solução com base em blockchain que se adapte às demandas do mercado, conectando desde a produção agrícola até a venda ao consumidor final.
Para Alexandre Melo Braga, pós-doutorando no Instituto de Computação da Unicamp, quando a tecnologia surgiu, há 10 anos, as preocupações com blockchain estavam voltadas para a integridade dos dados, a disponibilidade e o anonimato. Atualmente, estão em destaque a questão da privacidade e a da confidencialidade. “Com a ocorrência de incidentes de segurança, foi adicionada uma encriptação extra em diversas plataformas e a segurança em camadas se tornou mais robusta”, diz. Para ele, os protocolos de preservação da privacidade serão incorporados ao núcleo da tecnologia blockchain no futuro.
Evento: Blockchain e segurança de dados
Data: 4 de novembro
Local: Auditório Franco Montoro
Horário: das 15h às 17h
Inscrições: https://www.al.sp.gov.br/ilp/detalheAtividade.jsp?id=5348 (inscrição gratuita com vagas limitadas)
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