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Ciclo ILP-FAPESP discutirá as cidades no período pós-pandemia
Os impactos da COVID-19 no cotidiano das cidades serão analisados por quatro pesquisadores que se debruçaram sobre temas como mobilidade, atividades econômicas, ocupação de espaços e tecnologia. Na próxima segunda-feira, dia 25, eles vão expor em evento online seus estudos de como projetam a vida nos centros urbanos no futuro próximo.
O encontro virtual, que acontecerá das 15h às 17h, será transmitido pelo canal da ALESP no YouTube. O evento As Cidades no Pós-Pandemia integra o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O objetivo do ciclo é divulgar à sociedade em geral e aos legisladores e gestores públicos os avanços das pesquisas científicas realizadas no Estado de São Paulo. As inscrições devem ser feitas pela página do evento https://www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/detalheAtividade.jsp?id=7826.
Ciro Biderman, professor dos programas de Pós-Graduação e Graduação em Administração Pública e Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), falará sobre a situação emergencial dos sistemas de transporte público. “A maioria das cidades que operavam sem subsídio passaram a financiar o transporte por ônibus em valores superiores a 10% do seu custo”, disse. “Ainda que esse desequilíbrio esteja evidentemente relacionado com a pandemia, ela apenas aprofundou o que já vinha ocorrendo no transporte por ônibus em todo o país”. O serviço de ônibus foi impactado pela chegada dos aplicativos, que atraíram principalmente os passageiros que realizam viagens mais curtas e que são os mais lucrativos.
Em diferentes países, geografias específicas absorvem os choques gerados pelo coronavírus de diferentes maneiras. “A disseminação do coronavírus no Sul Global está fortemente relacionada a desigualdades estruturais, sociais e espaciais sejam elas inter-regionais ou intraurbanas”, diz o professor do Departamento de Economia da FEA/USP Eduardo Amaral Haddad. O argumento principal da apresentação do pesquisador mostrará que, dadas as fortes desigualdades dentro dos países, há um alto potencial para que a atual crise sanitária gere um descontentamento crescente nas regiões que “ficaram para trás”.
A pesquisadora Raquel Rolnik, uma das coordenadoras do LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, também tocará a questão da desigualdade. “A pesquisa que acompanhou a disseminação espacial da pandemia em São Paulo nos ensinou que nenhuma estratégia de prevenção pode ser estabelecida de forma uniforme para o conjunto da cidade”, afirma. “A pandemia, assim como seus impactos sobre a reconfiguração da cidade, são processos vividos de forma desigual e diversa. Entender estas diferenças é fundamental para traçar futuros possíveis”.
Gabriel Poli de Figueiredo, pesquisador do INCT Internet do Futuro para Cidades Inteligentes e doutorando na FAU-USP, fará uma reflexão sobre como a tecnologia pode impactar as cidades no futuro pós-pandemia. “As expectativas colocadas sobre a aplicação de tecnologias no contexto urbano costumam ser altas, porém nem sempre levam em conta as dinâmicas socioterritoriais que se materializam nas cidades”, diz. Segundo ele, a crise decorrente da COVID-19 trouxe à tona essas expectativas, especialmente com relação às potenciais mudanças nos arranjos de trabalho e moradia, “mas sem que houvesse mudanças estruturais suficientes para alterar as dinâmicas socioterritoriais”.
Evento: Ciclo ILP-FAPESP + AS CIDADES PÓS-PANDEMIA
Data: 25/10
Transmissão: https://www.youtube.com/user/assembleiaspconteudo
Horário: 15h às 17h
Inscrições: https://www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/detalheAtividade.jsp?id=7826
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