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Ciclo ILP-FAPESP discute fármacos promissores contra da COVID-19
O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação reunirá, no próximo dia 25, cientistas de centros de pesquisa de excelência paulistas que têm se destacado a estudar drogas potencialmente eficazes para a prevenção e tratamento da COVID-19. Eles apresentarão os últimos avanços nas suas pesquisas voltadas para o reposicionamento de fármacos existentes, trabalho que integra informações de vários campos do conhecimento.
O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação é uma parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) para a realização de eventos de divulgação científica dirigidos à sociedade, legisladores, gestores públicos e demais interessados.
Este próximo evento, que acontecerá das 15h às 17h, será transmitido pelo canal da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=l9MDXqThihI). As inscrições devem ser feitas na página do evento no site do ILP (https://www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/detalheAtividade.jsp?id=8305).
O pesquisador Rafael Victorio Carvalho Guido, do Instituto de Física de São Carlos/USP, explicará como o trabalho realizado por seu grupo levou ao descobrimento de novas moléculas candidatas a fármacos para COVID-19. “Através de estudos integrados da física, da química e da biologia, conseguimos entender, por exemplo, como o vírus se desenvolve dentro de nossas células”, explica. “Quando estudamos as proteínas essenciais do vírus por métodos físicos, compreendemos como essas moléculas se organizam e quais as consequências biológicas no desenvolvimento da doença.” Guido é pesquisador associado do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos 17 CEPIDs atualmente apoiados pela FAPESP.
Cristiane Guzzo, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, detalhará duas abordagens utilizadas na busca de fármacos para inibir a ação do SARS-CoV-2. Uma das estratégias foi a triagem virtual de mais de 11 mil medicamentos com o objetivo de encontrar fármacos que inibissem uma enzima essencial para a sobrevivência do vírus no ser humano, a 3CLpro. “Simulamos a estabilidade de diferentes fármacos, e nossos dados sugerem que sete medicamentos de reposicionamento são potenciais inibidores da 3CLpro”, diz. A segunda abordagem comprovou que uma solução salina hipertônica é capaz de inibir in vitro a replicação do vírus por intermédio da despolarização da membrana e da privação de energia intracelular.
O pesquisador Fernando de Queiroz Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP e coordenador do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), apresentará estudos que mostraram que as lesões nos pulmões e em órgãos dos pacientes portadores de COVID-19 se devem ao acúmulo de neutrófilos em seus tecidos. Estas células, que fazem parte dos leucócitos circulantes, liberam verdadeiras "armadilhas" formadas por redes de DNAs, as NETs (do inglês Neutrophil Extracellular Traps). Resultados demonstraram que a destruição das NETs utilizando DNAse, droga para tratamento de fibrose cística, inibe as lesões pulmonares. O Disulfiram, usado no tratamento de dependência ao álcool, apresentou efeitos protetores similares. “Propomos que duas drogas sejam investigadas em estudos clínicos para prevenirem as lesões de órgãos que são observadas em pacientes com COVID-19”, diz.
O grupo de Química Medicinal do Instituto de Química de São Carlos da USP (NEQUIMED) identificou novas substâncias químicas que inibem a eficientemente a 3CLpro, principal protease do coronavírus. O pesquisador Carlos Alberto Montanari trará mais informações sobre os inibidores da 3CLpro. “São agentes antivirais que reduzem as cargas virais baixas, moderadas e elevadas do vírus SARS-CoV-2 em células hospedeiras sem qualquer efeito tóxico para as células”, diz.
Evento: Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação – Fármacos promissores contra a COVID-19
Data: 25/4
Horário: 15h às 17h
Transmissão – YouTube da ALESP: https://www.youtube.com/watch?v=l9MDXqThihI
Inscrições:
Gerência de Comunicação da FAPESP / Assessoria de Comunicação
João Carlos da Silva / jsilva@fapesp.br
Heloisa Reinert / hreinert@fapesp.br /