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Especialistas debatem estratégias de controle do câncer
O presente e o futuro do câncer é o tema do evento online que o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) realizarão na próxima segunda-feira, 24. Mesmo que o avanço das novas terapias e o desenvolvimento de fármacos já tenham levado especialistas a afirmarem que um mundo sem câncer será possível, hoje o controle da doença encontra dificuldades no rastreamento, diagnóstico e tratamento. Nesse contexto, os cientistas convidados farão um panorama sobre os estudos mais recentes, os avanços e os entraves em cada uma das áreas.
O evento é dirigido à sociedade, legisladores, gestores públicos e demais interessados. Ele será transmitido pelo canal da Assembleia Legislativa de São Paulo no YouTube.
O avanço da doença é preocupante. São esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano no triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. No país, o tumor maligno predominante no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). Os dados são do estudo Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estatísticas recentes acenderam um alerta duplo no Estado de São Paulo, onde crescem principalmente os cânceres de mama e de útero.
“Somente uma abordagem completa e integrada pode salvar mais vidas e obter sucesso no controle do câncer”, diz Victor Wünsch Filho, diretor-presidente da Fundação Oncocentro de São Paulo e um dos debatedores do evento. O pesquisador trabalha no desenvolvimento de estratégias de rastreamento e detecção, ações complementares para o controle da doença. Segundo ele, os avanços serão resultado de um conjunto de ações que precisam ser implementadas ao mesmo tempo. Entre elas, estão a conscientização sobre a doença e seus fatores de risco, a detecção precoce, o investimento em pesquisas de novos tratamentos e aprimoramento dos existentes. Wünsch Filho destaca ainda a importância da medicina paliativa para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Pesquisadores e médicos concordam na necessidade de aprimorar os métodos de rastreamento do câncer. A descoberta de que pessoas podem ter maior ou menor risco hereditário para desenvolver câncer tem motivado estudos nesse campo. Leandro Machado Colli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, atua em duas frentes. Ele lidera uma pesquisa com o objetivo de identificar pessoas com alto risco para câncer em idade precoce a fim de individualizar o rastreamento de acordo com o risco de cada um e trabalha na área de imuno-oncologia para identificar tanto os pacientes que apresentam melhor resposta quanto o grupo que não responde. Os medicamentos utilizados na imuno-oncologia ajudam o organismo a eliminar a doença de forma menos tóxica ao ativar o sistema imunológico do paciente.
Celso Darío Ramos, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, trará para o debate sua experiência no campo da medicina nuclear, que tem sido utilizada no diagnóstico e no tratamento de diversos tipos de câncer, incluindo mieloma múltiplo, linfomas e tumores de próstata entre outros. O núcleo dessa área de conhecimento está no estudo de substâncias teranósticas. O pesquisador explica: “Nessa abordagem, utilizamos diferentes elementos radioativos numa mesma molécula, de forma que a mesma possa ser usada tanto para imagens diagnósticas ou para o tratamento de determinadas neoplasias".
O debate terá também a participação do Deputado Estadual Dr. Elton, parlamentar médico que, entre outros temas do mandato, defende a melhoria do acesso a tratamento de pacientes de câncer infantil.
Evento: Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação: o presente e o futuro do câncer
Data: 24/04/2023
Horário: das 15 às 17h15
Transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=k7mpifYBeY4
Inscrição: https://www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/
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