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Ciclo ILP-FAPESP discute gestão da água e segurança hídrica
Água será o tema do último evento do ano do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que ocorre na próxima segunda-feira (27/11). Três pesquisadores de São Paulo convidados para o debate online apresentarão o que precisa ser feito para que esse bem precioso continue a ser oferecido à população de forma sustentável.
Estiagem, falta de investimento em infraestruturas de abastecimento e distribuição da água associadas uma gestão deficiente dos recursos são ameaças à segurança hídrica. Garantir a qualidade e quantidade de água suficientes para o consumo humano dentro de um contexto de aquecimento global demanda um trabalho orquestrado entre os três níveis de governo, a academia e a sociedade civil.
O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação é uma parceria entre a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele tem o objetivo de contribuir com a elaboração de políticas públicas em diversas áreas. O Ciclo é transmitido ao vivo pelos canais da ALESP e do ILP no YouTube. Durante o debate, a audiência tem a oportunidade de dirigir perguntas aos convidados do evento.
O professor do Instituto de Geociências da USP Ricardo Hirata, um dos debatedores, ressalta que embora as longas e intensas estiagens não sejam evitáveis, as crises hídricas são. “A redução da vulnerabilidade hídrica da cidade e do campo passa pelo entendimento do ciclo hidrológico e de como interagimos com ele”. Segundo Hirata, estudos e monitoramento são imprescindíveis para antecipar problemas futuros, desenvolver soluções para reduzir os riscos e abrandar as perdas sociais e econômicas. As águas subterrâneas são um recurso que deve ser considerado entre as várias soluções. “Estudos recentes mostram que aquelas cidades que têm o abastecimento público a partir do recurso subterrâneo foram duas vezes menos afetadas pela crise de 2014-2016, comparativamente a aquelas supridas pelos rios, lagos e açudes”, diz.
Rodrigo Lilla Manzione, professor da Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação da UNESP Ourinhos, trará os avanços das pesquisas feitas na Paraíba e em São Paulo que tem permitido a troca de experiências e conhecimentos sobre pequenos sistemas de abastecimento de água, dos quais dependem centros urbanos com até 50 mil habitantes e que representam 89% das cidades brasileiras. “Os desafios deste projeto passam por criar um elo entre as instituições envolvidas por intermédio do intercâmbio de ideias, formar recursos humanos em alto nível e avançar na comunicação dos resultados aos gestores de recursos hídricos via comitês de bacias hidrográficas”, diz. Ele falará também como foi feita a gestão da crise hídrica que se instalou na Bacia do Rio Paranapanema a partir de 2018 e perdurou até o final de 2022.
A legislação é necessária para proteção e o controle ambiental. Sobre esse aspecto falará a professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP Luciana Cordeiro de Souza Fernandes. A Política Nacional de Recursos Hídricos é o instrumento de regulação das águas subterrâneas. As leis estaduais de águas subterrâneas dos Estados e do Distrito Federal definem as especificidades para sua proteção e conservação. Mas são os munícipios que gerem o uso e ordenação do solo. “Ao não contemplar a presença das águas subterrâneas sob seu território, favorece-se a poluição e contaminação de aquíferos”, diz Cordeiro de Souza Fernandes. “Acredito que a proteção somente se efetivará com o protagonismo dos municípios no tripé legislativo das esferas federativas”, diz.
Evento: Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação: Gestão da Água e Segurança Hídrica
Data: 27/11/2023
Horário: das 15 às 17h15
Transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=SzMDAM8Vjis ou
https://www.youtube.com/watch?v=nfoyxWBJrTc
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