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Ciclo ILP-FAPESP discute os biomas ameaçados e o preço da conservação
Pesquisadores se reúnem na próxima segunda-feira (4/11), na penúltima edição do ano do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, para discutir sobre a ameaça à Mata Atlântica e ao Cerrado paulista e a conservação desses biomas. O evento “Biomas brasileiros ameaçados: o preço da conservação” será online e transmitido ao vivo pelo YouTube das 15h às 17h.
A produção científica tem fornecido subsídios para a formulação de políticas públicas tanto para a restauração como para a conservação. A primeira depende da definição clara de objetivos e da escolha apropriada de onde e como restaurar. A segunda, de como é feita a manutenção dos dois biomas, que desempenham um papel essencial na manutenção da qualidade de vida da população por meio dos serviços ecossistêmicos que fornecem. A regulação do clima, a manutenção da qualidade da água, a polinização, a proteção contra desastres naturais e a conservação da biodiversidade são alguns deles.
Segundo o professor Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da UNICAMP, a Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. “Focando no ciclo hidrológico, por exemplo, os remanescentes de Mata Atlântica no Estado são de fundamental importância na absorção e filtragem da água da chuva, ajudando a garantir o abastecimento de água para grandes cidades, como São Paulo”, diz. “O Cerrado, por sua vez, protege importantes áreas de recarga do Aquífero Guarani” -- sistema, que atende a mais de 90 milhões de pessoas, está sendo superutilizado em diversas regiões do estado de São Paulo
Giselda Durigan, do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL), explica que a baixa biomassa aérea da vegetação do Cerrado faz com que seja menor a perda por evapotranspiração, e os solos, geralmente profundos e permeáveis, fazem com que a chuva recarregue as reservas subterrâneas, garantindo rios perenes, que não existem nas grandes savanas do planeta. “Essas peculiaridades fazem com que o Cerrado seja bem mais eficiente do que florestas nativas ou plantações florestais em se tratando de recarga hídrica e produção de água”, diz.
A restauração da vegetação nativa, principalmente de florestas, é apontada como uma estratégia unificadora para enfrentar alguns dos principais desafios socioambientais da atualidade, como as mudanças climáticas, a extinção das espécies e a escassez de água. O pesquisador Pedro Brancalion, da ESALQ (USP) faz uma ressalva importante. “A restauração pode, de fato, resultar em contribuições ambientais expressivas em todas estas frentes de ação, mas quase sempre de forma bastante incompleta em relação à biodiversidade e serviços ecossistêmicos de ecossistemas conservados”. Ele explica que o sucesso da restauração varia em função dos métodos empregados, sendo impossível a recuperação plena de todos os benefícios almejados. “De forma geral, modelos de restauração mais simplificados de reflorestamento, como monocultivos comerciais e sistemas agroflorestais, maximizam a geração de um ou poucos produtos florestais e agrícolas, ao passo que a restauração florestal, baseada em plantios diversos de espécies nativas e florestas regeneradas espontaneamente, maximiza os retornos para a biodiversidade e serviços ecossistêmicos”, diz.
O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação ocorre mensalmente e é uma parceria entre a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Os eventos do Ciclo têm por objetivo debater temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação e são dirigidos à sociedade, legisladores, gestores públicos e interessados nos temas abordados. As inscrições podem ser feitas no site do ILP por este link.
Data: 4/11/2024
Horário: das 15h às 17h
Evento online
Transmissão ao vivo:
Canal da Alesp no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=ii70f4nW9tI
Canal do ILP no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=KxGZmp52vEg
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