Convênios e acordos de cooperação
Convênio FAPESP-MCT/CNPq- Pronex - PROGRAMA BIOEN/FAPESP
CHAMADA DE PROPOSTAS DE PESQUISA
1) Fundamentos
Atenta à importância dos biocombustíveis e da busca de mecanismos de desenvolvimento sustentável para a economia e a sociedade paulista, a FAPESP vem contribuindo significativamente para o avanço do conhecimento científico e tecnológico do setor. Ao longo de seus 45 anos, a FAPESP tem incentivado, por meio de suas várias modalidades de apoio à pesquisa, um grande número de pesquisas voltadas para temas relacionados à Energia e ao Meio Ambiente. Além do avanço do conhecimento fundamental e aplicado sobre Bioenergia, o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Bioenergia, BIOEN, pretende contribuir significativamente para a formação de recursos humanos altamente qualificados na área de P&D da Bioenergia.
O Brasil é o país em que alternativas à utilização do petróleo no segmento de transportes são mais intensamente usadas. O etanol da cana-de-açúcar proveu, em 2006 (1), 13% da energia para transporte terrestre (excluindo estradas-de-ferro) e 28% do total do combustível líquido consumido por motores de ciclo Otto, porcentagem que alcançou 51% in 1988. Nos Estados Unidos, segundo maior produtor mundial de etanol (do milho), esta porcentagem era de 2.5% em 2004.
O Brasil foi o maior produtor mundial de bioetanol até 2004, contribuindo com quase 50% da produção total mundial, seguido pelos Estados Unidos. Desde 2005, a produção americana superou ligeiramente a brasileira. Juntos, estes dois países produzem 70% do etanol mundial. Estima-se que a União Européia, com uma produção de quase 0.5 milhão de toneladas, tenha produzido cerca de 10% do bioetanol total mundial. Os custos da produção do bioetanol brasileiro são os mais baixos do mundo.
Além dos custos de produção mais baixos quando comparados, por exemplo, com o etanol do milho nos Estados Unidos, o etanol da cana-de-açúcar produzido no Brasil apresenta outra importante vantagem: na região Centro-Sul do Brasil, somente uma unidade de energia fóssil (petróleo) é utilizada para cada 8-9 unidades de energia produzida pelo etanol da cana-de-açúcar. Para o etanol do milho nos Estados Unidos, esta taxa não excede 1.8 unidades. A redução da emissão de carbono também se beneficia do etanol: para cada tonelada de etanol utilizada como combustível, há uma economia de 2.5t de CO2 (2) não emitidas para a atmosfera, além da ausência de emissão do SO2.
A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil em 1532. Desde então, sua cultura tem sido aprimorada, baseada no desenvolvimento de variedades da planta que pudessem maximizar a quantidade de sacarose produzida por hectare/ano. Este “modelo brasileiro” de produzir concomitantemente açúcar e etanol gerou benefícios técnicos importantes e possibilitou um aumento significativo na competitividade desses produtos no mercado internacional. Hoje, cerca de 50% da sacarose da cana-de-açúcar produzida no país é dirigida à produção de açúcar, enquanto os outros 50% são utilizados para a produção do etanol, extraído do suco e do caldo resultante da manufatura do açúcar.
O etanol tem excelentes chances de se tornar um substituto mundial ou um complemento para a gasolina. O recente aumento nos preços do petróleo e a inevitável limitação das reservas e da produção de petróleo mundial tornam o etanol brasileiro muito competitivo. Adicionalmente, o etanol da cana-de-açúcar tem a vantagem de gerar oito vezes mais energia do que a energia de origem fóssil necessária para produzi-la, produzindo, desta forma, economia relevante em relação à emissão de carbono.
O mercado mundial de gasolina foi de cerca de 1.47 trilhão de litros em 2005 [British Petroleum Statistical Review of World Energy - 2005; www.bp.com/statisticalreview]; portanto, para satisfazer 10% dessa demanda, seria necessário produzir cerca de 160 bilhões de litros de etanol (dez vezes a produção brasileira atual). Atualmente, somente um terço da energia da cana-de-açúcar disponível, que é armazenada na sacarose, é efetivamente utilizada na produção vantajosa de açúcar e etanol. Os caules da cana – aproximadamente 1/3 de sua energia – são queimados, com baixa eficiência energética, para alimentar o processo de produção do açúcar ou do etanol. O último terço, composto pelas folhas e outros materiais celulósicos, é – nas condições atuais – inútil, devido ao processo de colheita que desperdiça a biomassa, composta por pontas e folhas.
Tecnologias emergentes, tais como a hidrólise, permitirão a fabricação do etanol do material celulósico. Enquanto hoje os custos de produção não são competitivos, atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) podem encontrar um caminho para reduzi-los, utilizando os dois terços de material celulósico (desperdiçado) para gerar etanol, melhorando dramaticamente a produção de etanol brasileiro.
Considerando as oportunidades existentes para os biocombustíveis, é crucial apoiar atividades de P&D sobre a cana-de-açúcar, objetivando otimizar não somente o seu conteúdo de sacarose, que é relevante para a produção de açúcar e energia, mas o seu conteúdo em termos de energia. Para isso, deve ser considerado que há energia na sacarose e que energia, em quantidade relevante, pode ser extraída da celulose que compõe quase 2/3 da cana-de-açúcar. Esta planta otimizada poderia ser renomeada como Cana-de-Energia ao invés de Cana-de-Açúcar.
No novo paradigma - de Cana-de-Energia e não de Cana-de-Açúcar - poder-se-ia coletar a palha e pontas (otimização do processo de colheita) objetivando melhorar o uso da celulose. Hidrólise e/ou processos de gaseificação poderiam ser aplicados nos resíduos (bagaço e palha e pontas), transformando esta biomassa celulósica em etanol ou outro combustível, utilizando o processo de fermentação do açúcar produzido (hidrólise) ou a síntese catalítica do gás produzido (gaseificação). A produção do etanol poderia aumentar dos atuais 6.000 para cerca de 9.000 litros por hectare/ano.
O aumento significativo dos custos do petróleo também induzirá a indústria petroquímica a buscar substituto para o petróleo, e utilizar o etanol como um insumo produtivo.
O aumento na demanda mundial por etanol também induzirá a um aumento da área cultivada com cana-de-açúcar no Brasil e atividades de P&D serão necessárias para prospectar e avaliar os impactos sócio-ambientais desse crescimento.
Para aproveitar estas oportunidades e enfrentar estes desafios, é necessário que o Brasil e São Paulo, em particular, intensifiquem as atividades de P&D relacionadas à produção de etanol da cana-de-açúcar. Nesse contexto, temas relevantes são: aprimoramento da cana-de-açúcar, aprimoramento do plantio e da colheita da cana, processos industriais para produzir etanol da cana, utilização do etanol como insumo para a indústria petroquímica, transformando-a em uma indústria alcoolquímica e a aplicação em motores à explosão ou em células de combustível. Finalmente, considerando os possíveis impactos do aumento da demanda de etanol no Brasil, é importante fomentar e financiar pesquisas relacionadas aos aspectos sociais, econômicos e ambientais do setor etanol.
Com o crescente interesse mundial, o setor etanol está enfrentando uma mudança paradigmática baseada em um novo conjunto de (ainda) tecnologias não comerciais, em que a hidrólise de biomassa celulósica é um exemplo importante. Esta situação evidencia a necessidade de um esforço nacional articulado, com a participação da comunidade científica e tecnológica na academia e na indústria, para garantir a manutenção da liderança brasileira na produção de açúcar e etanol.
Figura 1. Custos de produção de Etanol (fonte: World Watch 2006, http://www.worldwatch.org/system/files/EBF008_1.pdf).
Os custos de produção, embora ainda favoráveis ao modelo brasileiro, estão sendo progressivamente erodidos quando comparados, por exemplo, à produção, em larga escala, do etanol do milho nos Estados Unidos (Figura 1), muito embora esses custos sejam afetados (e beneficiados) pela intensa política de subsídios do governo americano.
Há muito a ser ganho com os esforços científicos e tecnológicos relacionados ao etanol no Brasil, mas para manter a liderança nos custos de produção da cana e do etanol, o Brasil precisa intensificar suas atividades de P&D no setor.
O Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) objetiva estimular e articular atividades de pesquisa e desenvolvimento utilizando laboratórios acadêmicos e industriais para promover o avanço do conhecimento e sua aplicação em áreas relacionadas à produção do Bioenergia no Brasil. O BIOEN inclui cinco divisões:
- Divisão de Biomassa para Bioenergia (com foco em cana-de-açúcar);
- Divisão de Processo de Fabricação de Biocombustíveis;
- Divisão de Aplicações do Etanol para Motores Automotivos: motores de combustão interna e células-combustível;
- Divisão de Bio-refinarias e Alcoolquímica; e
- Divisão de Pesquisa sobre impactos sócio-econômicos, ambientais, e uso da terra.
Nesta Chamada de Propostas de Pesquisa convidam-se propostas ligadas apenas às Divisões de Biomassa para Bioenergia, Processo de Fabricação de Biocombustíveis e Pesquisa sobre impactos sócio-econômicos, ambientais, e uso da terra.
O BIOEN conta com uma sólida base de pesquisa exploratória acadêmica relacionada às cinco Divisões. Espera-se que estas atividades exploratórias possam gerar novos conhecimentos e formar recursos humanos altamente qualificados, essenciais para aprimorar a capacidade da indústria em tecnologias dirigidas ao etanol e aumentar sua competitividade interna e externa.
O BIOEN inclui pesquisa acadêmica e, quando apropriado, estabelece parcerias para o desenvolvimento de atividades de pesquisa cooperativa entre universidades e institutos e pesquisa no Estado de São Paulo e empresas, compartilhando recursos humanos, materiais e financeiros. Nestas parcerias, os detalhes específicos dos temas de interesse são especificados de acordo com o interesse do parceiro privado e do compromisso da FAPESP em fomentar pesquisa no Estado de São Paulo. Outras agências, tanto do Governo Federal como de outros Estados, foram convidadas a participar do BIOEN-FAPESP: o Ministério da Ciência e Tecnologia, através do CNPq, e a FAPEMIG já manifestaram interesse em participar e outras agências estão estudando seu comprometimento com o BIOEN.
2) Temas relevantes para esta Chamada de Propostas de Pesquisa
Esta Chamada de Propostas de Pesquisa do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Bioenergia, BIOEN, inclui três das cinco Divisões do BIOEN: Biomassa para Bioenergia, Processos de Fabricação de Biocombustíveis e Impactos Sociais, Econômicos e Ambientais dos Biocombustíveis. Para cada uma destas três Divisões são apresentados temas relevantes para esta Chamada de Propostas de Pesquisa. Entretanto, a Chamada não se restringe a estes podendo aceitar propostas ligadas a qualquer uma das três Divisões, mesmo que não relacionadas aos temas especificados no detalhamento que se segue.
O Programa BIOEN terá outras chamadas de propostas para complementar seus objetivos de pesquisa e alargar o seu escopo.
2.1) Pesquisa sobre Biomassa para Bioenergia:
- Seqüenciamento e análise estrutural e funcional de genomas de interesse para a produção de biocombustíveis.
- Bioinformática e ferramentas computacionais para biologia de sistemas (análise e integração de genoma, transcriptoma, proteoma, metaboloma).
- Transgênicos e estudos de estabilidade de transgenes.
- Genética molecular do desenvolvimento vegetal e sinalização hormonal.
- Marcadores moleculares e ferramentas genético-estatísticas para a avaliação do germoplasma brasileiro.
- Fotossíntese e balanço energético de plantas.
- Nutrição mineral.
- Biogeoquímica.
- Proteção agrícola (nematologia e entomologia).
- Fitopatologia do germoplasma brasileiro.
- Busca e caracterização de microorganismos com o potencial de produzir enzimas úteis para a produção de biocombustíveis, especialmente etanol celulósico.
- Engenharia, estrutura e evolução molecular de enzimas.
- Cana de açúcar como biorreator.
- Métodos para melhorar o processamento da biomassa.
2.2) Pesquisa sobre processos de fabricação de biocombustíveis:
- Hidrólise.
- Gaseificação.
- Outros processos para fabricação de biocombustíveis a partir de biomassa.
- Novos meios de fermentação.
- Genômica de micróbios relevantes para fermentação alcoólica.
- Fermentação em alto teor alcoólico.
- Busca de microorganismos unificados para extração de açúcares e para fermentação.
- Engenharia metabólica de microorganismos para produção de metabólitos de interesse da indústria alcoolquímica.
- Integração energética e economia de energia em processos de destilação alcoólica.
- Novas estratégias de controle de processos de destilação alcoólica.
- Tecnologias alternativas de concentração, purificação e desidratação de etanol (membranas, outros processos de concentração).
- Processos de produção de álcoois especiais para indústrias química, farmacêutica, de cosméticos e de alimentos.
- Processos de concentração e purificação de compostos minoritários do vinho alcoólico.
- Processos de concentração e purificação de outros metabólitos de interesse industrial.
- Integração das etapas de fermentação e pré-concentração alcoólica.
- Concentração e aproveitamento da vinhaça; redução da geração de dejetos na produção de etanol.
- Produção de biodiesel etílico e sua integração com a produção de etanol.
2.3) Pesquisa sobre Impactos Sociais, Econômicos e Ambientais dos Biocombustíveis:
- Uso da terra.
- Impactos sociais dos biocombustíveis.
- Efeitos no meio ambiente.
- Impacto ambiental de cana GM.
- Balanço energético e de carbono.
- Mudanças mundiais devido a novas fontes de agroenergia.
- Mudanças na agricultura devido à competição energia-alimentos.
- Limites da expansão da área agricultável para energia no Brasil e no mundo.
- Propriedade intelectual e transferência de tecnologia.
3) Chamada de Propostas de Pesquisa
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por intermédio do Conselho Nacional De Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tornam pública a presente Chamada de Propostas de Pesquisa e convidam os pesquisadores interessados, vinculados a instituições de ensino superior e de pesquisa sem fins lucrativos no Estado de São Paulo, a apresentarem propostas de projetos de pesquisa no âmbito do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência - PRONEX, criado através do Decreto nº 1857, de 10/4/96 e do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, BIOEN, na forma e condições a seguir estabelecidas.
A FAPESP poderá vincular, a esta chamada de propostas, projetos de pesquisa em tramitação na Fundação desde que sejam da área de Bioenergia e que isso seja solicitado pelo Pesquisador Responsável.
Pesquisadores que já tenham Projetos Temáticos em andamento podem submeter propostas de Projetos Temáticos. Caso venham a ser aprovadas no mérito haverá uma etapa de discussão com os Pesquisadores responsáveis para que se possa fundir os dois projetos.
4) Objetivos
O objetivo desta Chamada de Propostas de Pesquisa é identificar, selecionar e apoiar projetos de pesquisa fundamental e aplicada, de classe mundial, relacionadas aos temas descritos na Seção 2.
5) Condições de participação
As condições de participação na Chamada de Propostas de Pesquisa serão aplicadas rigorosamente. Por favor, leia-as cuidadosamente. Propostas que violem alguma das condições serão excluídas.
- As propostas devem ser apresentadas por pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa, públicas e privadas, no Estado de São Paulo.
- As propostas devem ser apresentadas na linha de fomento de Projetos Temáticos da FAPESP.
- Aplicam-se as condições e restrições da linha de fomento Projetos Temáticos da FAPESP, excluindo-se aquelas restrições e condições explicitamente excepcionadas nesta Chamada de Propostas de Pesquisa.
- Propostas nas linhas de fomento acima, que já estejam em análise na FAPESP e que se relacionem aos temas mencionados nesta Chamada, poderão ser consideradas, mediante solicitação por escrito enviada pelo Pesquisador Responsável mencionando o número do Processo FAPESP e incluindo documentação adicional que poderá ser solicitada pela FAPESP, se necessário.
6) Características das propostas de pesquisa
As propostas deverão buscar alguns ou todos os seguintes objetivos de pesquisa:
- Soluções novas e criativas: os projetos que se busca não são do tipo engenharia incremental com um resultado garantido, mas sim propostas de pesquisa científica fundamental ou aplicada que explorem e criem novo conhecimento e/ou tecnologia e que contribuam para a formação de recursos humanos na área de Bioenergia. A FAPESP encoraja abordagens ousadas, originais e não-convencionais para os desafios científicos e tecnológicos centrais nos temas listados na Seção 2.
- Disseminação e comunicação: Os resultados dos projetos de pesquisa selecionados devem ser amplamente comunicados nas comunidades científicas relevantes, usando-se canais acadêmicos estabelecidos tais como conferências internacionais e revistas científicas arbitradas. Todos os projetos selecionados devem resultar em presença detalhada na Web e relevantes publicações e apresentações em conferências científicas internacionais. Outros canais podem incluir workshops regionais, seminários de pós-graduação e itens curriculares como cursos ou materiais para cursos.
- b.1) A associação ao programa BIOEN implica na obrigatoriedade em participação dos “workshops” e reuniões de trabalho. Os pesquisadores principais devem estimular a participação de todos os estudantes e bolsistas de pós-doutoramento participantes dos projetos selecionados.
7) Compromissos e Benefícios específicos do Programa BIOEN
7.1) Participação nos Workshops do Programa BIOE
O Programa BIOEN terá workshops periódicos e todos os Pesquisadores Responsáveis por projetos vinculados ao Programa deverão assumir o compromisso de participarem, junto com seus estudantes quando for o caso. A participação nos Workshops será uma oportunidade especial para tomar conhecimento de pesquisa em andamento na área e ter acesso a dados e informações antes que tenham sido publicados.
7.2) Acesso a bancos de dados
- Os Pesquisadores Principais e Pesquisadores Associados, de projetos associados ao Programa BIOEN e seus estudantes terão acesso privilegiado às informações e conhecimentos criados nos demais projetos do Programa.
- Para tanto os pesquisadores vinculados ao programa BIOEN deverão assinar termo de confidencialidade de dados do Programa BIOEN a que venham ter acesso.
7.3) Solicitação de bolsas de MS e DR
- As propostas de Projetos Temáticos vinculadas ao Programa BIOEN poderão incluir no orçamento proposto Bolsas de Mestrado e de Doutorado, as quais, se aprovadas, serão atendidas com Bolsas do CNPq, mediante convênio assinado entre FAPESP e CNPq.
- a.1) Estas bolsas são oferecidas de forma complementar àquelas que o Pesquisador Responsável e sua equipe obtenham de outras fontes ou por outros meios.
7.4) Termo de Adesão ao Programa BIOEN
Através de um Termo de Adesão ao Programa BIOEN os pesquisadores e suas instituições deverão assumir, entre outros, os seguintes compromissos:
- Permitir a imediata incorporação de seus resultados ao Sistema de Informação BIOEN-FAPESP.
- Compartilhar os direitos de propriedade intelectual gerada pelos projetos do Programa BIOEN.
- Participar nos Workshops do Programa BIOEN.
- Comunicar ao Comitê Científico na eventualidade de haver resultados passíveis de busca de proteção de propriedade intelectual desenvolvidos nas atividades do Programa.
8) Recursos destinados a esta chamada
- O total de recursos oferecido para atender às propostas selecionadas nesta Chamada de Propostas de Pesquisa é 38 milhões de Reais, sendo:
- a.1) 19 milhões de Reais oferecidos pela FAPESP para itens de orçamento financiáveis segundo a linha de fomento Projetos Temáticos da FAPESP.
a.2) 19 milhões de Reais oferecidos pelo CNPq, sendo:
- a.2.i. 8,8 milhões de reais mediante convênio com a FAPESP para apoio de custeio a projetos Temáticos-Pronex a serem incluídos, quando aprovados pela FAPESP, no Programa Pronex no Estado de São Paulo; e
a.2.ii. 10,2 milhões de Reais, mediante convênio com a FAPESP, para financiamento de Bolsas de Mestrado e Doutorado as quais deverão ser especificadas como parte do orçamento das propostas submetidas.
- A adequação do orçamento proposto aos objetivos e à capacidade da equipe proponente constitui-se em aspecto relevante que será considerado na análise e seleção das propostas.
- A FAPESP se reserva o direito de propor orçamentos menores do que os solicitados para algumas das propostas selecionadas.
9) Itens financiáveis
Os itens de orçamento que podem ser solicitados são:
- Custeio: aqueles tradicionalmente apoiados pela FAPESP na linha de fomento Projetos Temáticos e descritos na página Web da FAPESP em www.fapesp.br. As despesas de custeio serão financiadas com recursos da FAPESP e do Programa FAPESP-CNPq para apoio a Projetos Pronex-Temáticos.
- Bolsas:
- b.1) Bolsas TT, IC e PD podem ser solicitadas para serem custeadas com recursos da FAPESP conforme as normas vigentes para Projetos Temáticos.
b.2) Bolsas de Mestrado e de Doutorado podem ser solicitadas para serem financiadas com recursos do CNPq, por meio do Convênio FAPESP-CNPQ e de acordo com a disponibilidade a ser verificada no momento da análise. Os valores destas bolsas serão os valores das bolsas CNPq anunciados em www.cnpq.br/normas/rn_06_026.htm#pais. Para a solicitação, acompanhamento e análise valerão as normas e procedimentos da FAPESP para Bolsas TT, IC e PD solicitadas como parte do orçamento de Projetos Temáticos.
b.3) Em ambos os casos acima, a duração da Bolsa não poderá ser maior do que a duração do projeto e os orientadores/supervisores deverão ser Pesquisadores Principais no Projeto Temático a que se vincula a bolsa.
10) Formatação das propostas
10.1) Duração do Projeto proposto
Os projetos poderão ter duração de até 48 meses.
10.2) Idioma e formatação das propostas
- Para que se possam usar como assessores cientistas de outros países, as propostas devem ser apresentadas em inglês, com a exceção dos itens 10.3.a e 10.3.b.
- As propostas devem ser apresentadas em papel e acompanhadas por um CD contendo, em um arquivo único em formato PDF, os itens de (a) até (e), descritos a seguir.
- Para todo texto para o qual se especifica tamanho em número de páginas deve ser usada fonte Times News Roman 11 ou equivalente com espaçamento 1,5.
10.3) Documentos necessários e organização do Projeto e Orçamento
- Formulário FAPESP para submissão de Proposta de Projeto Temático (disponível em www.fapesp.br);
- Formulário FAPESP para apresentação da equipe (disponível em www.fapesp.br);
- Súmula Curricular FAPESP (em inglês) para o Pesquisador Responsável e para cada um dos Pesquisadores Principais e Pesquisadores Associados;
- Resumo Executivo do Projeto de Pesquisa em inglês (em até 2 páginas) contendo:
- d.1) Título de projeto
d.2) Objetivos
d.3) Valor solicitado à FAPESP
d.4) Área temática do projeto – é imprescindível neste item explicitar a correlação e/ou complementaridade entre a proposta e os temas listados no item 2
d.5) Metas gerais
d.6) Metas específicas
d.7) Significância e relevância para a área de Bioenergia
d.8) Resultados e produtos esperados em 2, 5 e 10 anos
d.9) Auxílios vigentes (da FAPESP e de outras agências) que financiam o projeto
- Projeto de Pesquisa (em inglês): deve ser redigido em inglês e deve cobrir os itens de 1 a 15 do roteiro descrito no Anexo I desta Chamada de Propostas de Pesquisa. Os itens de 1 a 12 devem estar em no máximo 30 páginas usando a fonte Times New Roman de tamanho 11 e espaçamento 1,5. Por favor, use os títulos listados nos itens 1 a 15 do Anexo I da tabela como títulos de seções.
11) Propriedade intelectual dos resultado
Serão aplicadas as normas da FAPESP, devendo a FAPESP notificar o CNPq sobre todos os eventos de registro ou realização de ganhos por propriedade intelectual criada nos projetos selecionados. Um resumo destas normas é:
- Havendo na instituição-sede um órgão dedicado à gestão e busca de oportunidades de licenciamento para propriedade intelectual qualificado pela FAPESP, a fundação aceita que a Instituição Sede retenha os direitos legais de propriedade intelectual que tenha sido desenvolvida por seus pesquisadores com apoio de Auxílios ou Bolsas da FAPESP. Isso é feito para se incentivar o desenvolvimento e difusão de invenções, software e publicações e aumentar a sua utilidade, acessibilidade e desenvolvimento.
- a.1) Este incentivo não reduz, contudo, a responsabilidade que os Pesquisadores Responsáveis e suas equipes e que as Instituições Sede têm, como membros da comunidade de pesquisa, de colocar os resultados, dados e coleções à disposição de outros pesquisadores, resguardando previamente os direitos de propriedade intelectual.
- A titularidade da propriedade intelectual criada nos projetos selecionados poderá ser das instituições sede dos projetos, desde que tenham um órgão gestor de propriedade intelectual e de busca de licenciamentos qualificado pela FAPESP.
- Devido à natureza multi-institucional do Programa BIOEN será necessário haver um acordo entre as instituições-sede dos projetos selecionados sobre a gestão e compartilhamento dos ganhos eventualmente auferidos com a propriedade intelectual criada nos projetos. Tal acordo será condição prévia para a adesão ao Programa BIOEN. A FAPESP coordenará o estabelecimento formal deste acordo.
- Ao Pesquisador Responsável por Auxílios e Bolsas outorgados pela FAPESP cabe verificar, em qualquer tempo, se a execução do projeto produz ou poderá produzir resultado potencialmente objeto de Patente de Invenção, Modelo de Utilidade, Desenho Industrial ou qualquer outra forma de registro de propriedade intelectual.
- Quando ocorrer de, a critério do Pesquisador Responsável, a publicação de resultados de Auxílio ou Bolsa FAPESP (em periódicos, anais de congressos, dissertações ou teses, ou qualquer forma de divulgação), poder prejudicar a obtenção de proteção para a Propriedade Intelectual sobre conhecimentos criados com o apoio da FAPESP, o Pesquisador Responsável deverá fazer, conforme especificado a seguir, a devida notificação à FAPESP ou à Instituição Sede, com antecedência razoável em relação à data de publicação, para que a Instituição Sede e/ou a FAPESP possam tomar as providências para garantir a proteção à propriedade intelectual, sem prejudicar a publicação pretendida.
- Caso haja ganhos auferidos com a propriedade intelectual criada nos projetos selecionados caberá à FAPESP e ao CNPq parcela segundo as normas destas duas instituições.
12) Comunicações relativas a esta Chamada de Propostas de Pesquisa
12.1) Submissão das propostas
As propostas devem ser encaminhadas ao setor de autuação da FAPESP no endereço:
- PROPOSTA DE PESQUISA SUBMETIDA AO PROGRAMA FAPESP DE PESQUISA SOBRE BIOENERGIA, BIOEN
FAPESP
Rua Pio XI, 1500 - Alto da Lapa
CEP 05468-901 - SÃO PAULO - SP
12.2) Para esclarecimentos
Por favor, envie todas as questões sobre esta Chamada de Propostas de Pesquisa para chamada_bioen_a_fapesp@fapesp.br. Para atendimento mais eficaz, por favor, inclua “Chamada BIOEN/FAPESP” no campo “Assunto” do e-mail.
A pessoa de contacto para esclarecimentos sobre esta Chamada de Propostas de Pesquisa na FAPESP é:
- Dra. Conceição Vedovello
Diretora de Área para Ciências Exatas e Engenharia
FAPESP
E-mail: chamada_bioen_a_fapesp@fapesp.br
Tel.: (11) 3838-4031
13) Análise e seleção das propostas
Todas as propostas consideradas aderentes aos termos desta Chamada de Propostas de Pesquisa serão analisadas. As propostas submetidas serão analisadas em 2 etapas:
13.1) Enquadramento ao Programa BIOEN
- O enquadramento da proposta no Programa BIOEN será analisado pelo Comitê Científico do Programa o qual emitirá um parecer conclusivo sobre o enquadramento que orientará a decisão da FAPESP.
- Caso a proposta seja considerada não enquadrada no Programa BIOEN a FAPESP a analisará seguindo os trâmites para propostas da mesma modalidade de financiamento, sem as excepcionalidades que porventura se refiram especificamente às propostas do Programa BIOEN.
- O Comitê Científico do Programa BIOEN analisará o enquadramento das propostas considerando:
- c.1) A inserção da proposta na área de pesquisa em Bioenergia;
c.2) A potencial contribuição da proposta aos projetos de pesquisa em andamento no Programa BIOEN;
c.3) A perspectiva de integração com os projetos de pesquisa em andamento do programa BIOEN; e
c.4) Como o Programa BIOEN pode contribuir academicamente para o novo projeto proposto.
13.2) Análise das propostas enquadradas no Programa BIOEN
As propostas serão analisadas em seu mérito em sessões de análise comparativa. Estas serão realizadas usando-se pareceres de assessoria ad-hoc, das Coordenações de Área e Adjuntas da FAPESP de acordo com os critérios usualmente aplicados para a seleção de Projetos Temáticos na FAPESP.
Não participarão do processo de análise e seleção de propostas pesquisadores participantes em alguma proposta submetida. Todas as propostas serão analisadas usando-se os seguintes critérios, além dos critérios específicos para a modalidade de financiamento FAPESP em que for submetida:
- Aderência aos termos especificados nesta Chamada;
- Originalidade e ousadia da proposta de pesquisa acadêmica, em relação às linhas de pesquisa propostas; objetivos de pesquisa bem definidos e que, se atingidos, tem o potencial de ter impacto significativo no campo de pesquisa.
- Qualidade do projeto de pesquisa, na especificação clara dos objetivos, dos desafios a vencer e dos meios e métodos científicos, técnicos e materiais para isso, em relação ao estado da arte no campo.
- Adequação da infraestrutura oferecida pela instituição sede.
- Qualificação do pesquisador proponente e sua equipe, demonstrada por histórico anterior de resultados de pesquisa em áreas relevantes a esta Chamada, finalização bem sucedida de projetos anteriores, prêmios e reconhecimentos por atividade docente, e publicações, demonstradas nas Súmulas Curriculares dos pesquisadores principais.
- Viabilidade da execução do projeto, incluindo a adequação dos recursos disponíveis, apoio institucional, razoabilidade dos cronogramas, quantidade e qualificação dos participantes, valor, o que inclui o uso eficiente dos recursos solicitados.
- Potencial para ampla disseminação e uso da propriedade intelectual criada, incluindo-se planos para publicações científicas, apresentações em conferências, bem como planos para distribuição dos conteúdos em múltiplos formatos e linguagens.
- Formação de novos pesquisadores e profissionais, propiciada pela execução do projeto.
13.3) Análise pela Diretoria Científica da FAPESP e pela Comissão de Coordenação do PRONEX
A decisão final será tomada pela Diretoria Científica da FAPESP, pelo Conselho Técnico Administrativo (CTA) da FAPESP e pela Comissão de Coordenação do PRONEX.
14) Cronograma:
As propostas poderão ser submetidas dentro de dois cronogramas:
14.1) Cronograma A:
O valor total reservado para este cronograma é de R$ 28 milhões.
Evento |
Datas |
Publicação da chamada no portal da FAPESP |
3 de julho de 2008 |
Última data para recebimento de propostas |
1º de setembro de 2008 |
Publicação dos resultados do processo de análise e seleção |
Até 5 de janeiro de 2009 |
14.2) Cronograma B:
O valor total reservado para este cronograma é de R$ 10 milhões.
Evento |
Datas |
Publicação da chamada no portal da FAPESP |
3 de julho de 2008 |
Última data para recebimento de propostas |
10 de novembro de 2008 |
Publicação dos resultados do processo de análise e seleção |
Até 23 de março de 2009 |
15) Resultados do Julgamento
Os resultados finais serão divulgados no portal da FAPESP (www.fapesp.br) e por meio de comunicado aos interessados.
16) Concessão, Acompanhamento e Avaliação dos Projetos
Caso a solicitação seja aprovada, será lavrado Termo de Outorga, o qual deverá ser assinado pelo pesquisador principal e pelo responsável pela instituição.
Os resultados obtidos deverão ser demonstrados em relatórios científicos, e prestações de contas deverão ser encaminhas de acordo com o estabelecido no Termo de Outorga.
17) Cancelamento da Concessão
A concessão do apoio financeiro poderá ser cancelada pela FAPESP, por ocorrência, durante sua execução, de fato cuja gravidade justifique o cancelamento, a critério da Diretoria Científica da FAPESP, sem prejuízo de outras providências cabíveis.
Notas:
1. BEN, Balanço Energético Nacional, consultado em 21/06/2008 em www.mme.gov.br/download.do?attachmentId=3408&download.
2. Isaias C. Macedo, Joaquim E.A. Seabra, João E.A.R. Silva, “Green house gases emissions in the production and use of ethanol from sugarcane in Brazil: The 2005/2006 averages and a prediction for 2020”, Biomass and Bioenergy (2008), doi:10.1016/j.biombioe.2007.12.006.