INCT
Apresentação
Apesar dos extraordinários avanços científicos dos últimos dez anos, ainda são remotas as possibilidades de que uma planta, em condições de deficiência hídrica permanente no solo, possa atingir níveis de produtividade e de qualidade comercial da produção, comparáveis ao de uma planta irrigada Coelho (2007).
Com uma área irrigada de 3,4 milhões de hectares e a maior reserva hídrica do planeta, o Brasil irriga menos do que a Espanha e a Itália, países do tamanho de alguns estados brasileiros, mas que souberam utilizar bem a tecnologia da irrigação para conseguir excelente produtividade em algumas áreas.
Nosso país ainda está muito aquém de uma produção agrícola sustentável, principalmente quando o recurso água está inserido no processo produtivo. Faltam pesquisas básicas e principalmente pesquisas aplicadas. Maior deficiência existe quando pensamos em transferência de tecnologia ao produtor rural já que os órgãos públicos responsáveis por esta função estão defasados em termos de equipamentos e, principalmente, pessoal qualificado.
A potencialidade de expansão da agricultura irrigada apresenta-se promissora em relação a diferentes aspectos que influem sobre o desenvolvimento econômico e a inovação é uma palavra-chave para contribuir nesse processo.
O uso da irrigação tem sofrido sérias críticas nos últimos tempos, principalmente quando relacionado com os problemas de escassez de água e de energia, resultando em dificuldades ainda maiores à utilização dessa técnica pelos agricultores.
Em face destas premissas, criou-se um Instituto Nacional com uma nova perspectiva de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação na irrigação, buscando excelência nas atividades em ciência e tecnologia em nível internacional, uma vigorosa integração do sistema de C&T de engenharia de irrigação com o sistema empresarial, a melhoria da educação científica e a participação mais equilibrada das diferentes regiões do país no esforço produtivo com base no conhecimento, conforme norteia o PACTI do Sistema Nacional de C,T&I.
O Instituto será voltado para engenharia de irrigação, pois acredita-se que a ESALQ/USP, por meio de seu Departamento de Engenharia Rural, já contribuiu substancialmente nos últimos 30 anos para o desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas nesta área. É detentora de um curso de pós-graduação de nível 5 pela Capes (mestrado e doutorado) e possui uma infraestrutura física de qualidade para tal atividade.
Pretende-se também realizar uma maior interação entre universidade e empresa e não haveria melhor parceiro do que o recentemente criado Laboratório de Ensaios em Equipamentos de Irrigação (LEEI), em Sobral – CE, o único acreditado no Brasil pelo Inmetro e com uma infraestrutura e função inédita no Brasil, onde se propõe uma total interação com indústrias de irrigação, com irrigantes, e busca um parceiro da Região Sudeste para fazer link com empresas e com setores governamentais, pois está instalado em uma região que inibe, em termos geográficos e logísticos, parcerias mais consolidadas.