BIOEN-FAPESP
Escopo do Projeto
Nós propomos uma análise global da viabilidade de produção em larga escala de bioenergia. Esta análise seria realizada com forte participação internacional de maneira a consubstanciar a análise, a promover que os líderes pensantes internacionais comprem a idéia e disseminar efetivamente os resultados para os formuladores de políticas e para o público. Montar uma equipe apropriada requer muito empenho e o empenho adicional de desenvolver um plano de projeto e obter o apoio financeiro seria melhor realizado com a participação da equipe.
Para permitir que o projeto ganhe momento ao longo do tempo, e de forma que cada passo do projeto seja justificado por passos menores como pré-requisitos, propôs-se realizá-lo em três etapas:
1. Realizar reuniões continentais em vários locais internacionais, refinar nossa pergunta, formar uma equipe, desenvolver um plano de projeto e buscar apoio para a etapa 2.
2. Responder a questão: é fisicamente possível para a bioenergia atender uma fração considerável da demanda mundial futura por mobilidade e/ou eletricidade ao mesmo tempo em que nossa sociedade também veja atendida outras necessidades importantes: alimentação da humanidade, provisão de fibras, manutenção e, onde possível, melhoria da fertilidade do solo, da qualidade do ar e da água, da biodiversidade e do habitat natural; e alcançar enormes reduções de emissões de gases de efeito estufa que não sejam consideravelmente neutralizadas pelas mudanças no uso da terra?
3. Ampliar a análise para lidar com questões adicionais.
Na tentativa de responder a questão da etapa 2, nós procuraremos combinações complementares de variáveis-chave (tecnologias maduras de conversão e tecnologias de produção de matéria-prima, integração de produção de matéria-prima na agricultura, estratégias alternativas de produção de alimentos e redução da demanda através de aumento da eficiência de utilização) em conjunto com modelos estabelecidos de fatores-chave de restrição (população, clima, disponibilidade de água, fertilidade do solo, modernização dos países em desenvolvimento). A redação da pergunta 2 reflete os melhores esforços do comitê executivo de colocar uma questão sensível às metas do projeto que seja tanto útil quanto prática. Enquanto pensamos que o escopo e o desafio integrado capturados na questão sejam críticos, a redação está aberta para refinamento baseado nas contribuições recebidas na etapa 1.
Dado um resultado positivo das etapas 1 e 2, a análise será ampliada na etapa 3 para incluir:
- Trajetórias de transição
- Políticas capacitadoras
- Economia
- Questões éticas e de equidade
- Análise em escala local para validar e exemplificar a visão desenvolvida na etapa 2
- Aspectos de desenvolvimento econômico rural
- Conseqüências para as nações em desenvolvimento
- Comércio
- Outras considerações importantes identificadas no curso do projeto
Esta etapa surgirá da etapa 2 com a incorporação de novos participantes, conforme necessário, em resposta às necessidades do projeto.
Nós utilizaremos uma abordagem neutra em termos de matéria-prima e baseada em desempenho. Logo, por exemplo, biocombustíveis de primeira geração serão incluídos nas etapas 1 e 2 até na medida em que se mostrem compatíveis com resultados positivos relacionados com grandes reduções de emissões de gases de efeito estufa, grande contribuição à mobilidade e, portanto, altas produtividades por hectare, fornecimentos suficientes de alimentos, melhora da qualidade ambiental e preservação da biodiversidade e do habitat natural. Reconhecer o potencial de conseqüências indesejáveis da produção de bioenergia é um pré-requisito para o desenvolvimento de estratégias para evitar tais conseqüências e é, portanto, uma parte integral em todas as etapas do projeto proposto. No mesmo sentido, nós procuraremos contribuições de pessoas e organizações com entendimento e interesses sensíveis ao emprego contraproducente da bioenergia. Durante a etapa 1, será dada consideração à relativa ênfase em combustíveis e eletricidade em análises á realizadas como parte das etapas 2 e 3.